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domingo, 2 de maio de 2010

Coisas de Fanáticos...


Tal como o Nuno Markl, não pesco nada de futebol. No entanto, por afinidade ou herança familiar, cresci benfiquista.
 
Claro que percebo que quando a bola entra na baliza do adversário é golo para a nossa equipa. Mas quanto às penalidades, penaltis e de como os pontos conseguidos no final de cada jogo vai afectar a classificação nos campeonatos, nas ligas e afins… disso é que não entendo nada e, sinceramente, nem me dou ao trabalho…
 
Foi com grande pena, mas com o mínimo de afecção, que soube através de um amigo que o nosso Glorioso tinha perdido com o Porto 3-1, mesmo a jogar com um elemento a mais!
 
Esse meu amigo disse que ficou com uma azia… de tal maneira que estava na dúvida de poder ir trabalhar amanhã… até se afastou do seu pai que estava em pior estado… Segundo a sua médica de família, sofrem de clubite aguda… neste momento já mais crónica que outra coisa…
 
Como ele, devem haver milhares de fanáticos a sofrerem do mesmo. Os sintomas passam por roer as unhas desalmadamente durante o jogo, enfrascarem-se em bejecas esquecendo o bom do tremoço e do amendoim; entre amigos e inimigos o tema de ordem é o futebol com ênfase no seu clube; e quando o seu clube perde, ficam com azia, mau humor, o consumo de cigarros aumenta e consequentemente a carteira emagrece…
 
Eu até acho o futebol um desporto bastante saudável e giro de se ver. Já tive a oportunidade de assistir a um jogo do Benfica no Estádio da Luz e achei bastante divertido. Tudo começa em grande festa com entoações ao nosso clube… grandes esperanças que ficam no ar para depois caírem por terra quando o Benfica perde o jogo contra o Naval (ao que percebi, um clube mais fraquito… mas não quero aqui ferir susceptibilidades). O meu pai disse logo: “Nunca mais venho assistir a jogos do Benfica!” – ao que parece, sempre que ele vem à catedral, a equipa perde… será que se tornou no talismã do azar?? E eu, toda contente, por finalmente ter ido assistir a um jogo bastante divertido, em que os jogadores mais pareciam umas meninas que, a qualquer toque do adversário, se mandavam para o chão a ver se conseguiam uma falta e obter de qualquer forma o controlo da bola que teimava em fugir-lhes dos pés…
 
Lembrei-me agora dos bons momentos que passei entre amigos, durante o euro 2004. Cada jogo da selecção era pretexto para nos juntarmos para lancharadas bem apetitosas. Sempre que a nossa Selecção ganhava, lá íamos nós, vestidos a rigor, festejar para Cascais. Sem medo, no meio de ingleses carrancudos, que lá se resignavam e acabavam por se meter na festa. Afinal de contas o que lhes interessava era enfrascarem-se numa bela Guinness para afagarem as mágoas…
 
Também no Mundial, me lembro que durante as horas de trabalho, sempre que tínhamos um furinho, lá nos escapulíamos para o bar dos estudantes e, no meio de médicos, enfermeiros terapeutas e estudantes, lá estava o nervoso miudinho seguido da alegria ou da decepção, todos sofrendo por Portugal…
 
Com isto tudo, acho que o futebol, esquecendo os fanatismos, é um bom motivo de convívio e de partilha de alegria… ou de tristeza… dependendo da sorte…

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