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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Desespero...



 De que me vale trabalhar arduamente para alcançar aquilo a que chamo de qualidade de vida?

De que me vale alcançar qualidade de vida quando esta se resume aos poucos minutos livres que ainda tenho de manhã antes de ir para o trabalho e aos poucos minutos que ainda me restam ao final do dia depois de vir do trabalho?

De que me valem os dias de folga que gastei no tão afamado trabalho?

No final de contas, o que me resta depois disto?
Que tempo me resta para dar a devida atenção, o devido apoio quando Alguém que me é próximo mais precisa?

Como vou sair desta roda viva, que começou a correr e não tem travão ou um simples desacelerador?


Esse Alguém precisa do meu tempo, necessita da minha disponibilidade, da minha liberdade que neste momento não tenho. Da minha disponibilidade que fui gastando à procura de aprovação, de reconhecimento, quando devia esgotá-la junto dos que me são mais próximos. Porque esses sim, estarão lá quando mais precisarei; estarão lá para me ouvirem; estarão lá para me aconselharem e orientarem; estarão lá para me acompanharem nos poucos minutos que neste momento são cada vez mais árduos, cada vez mais difíceis de passar... deixando-me em completo desespero, sem saber que pontas apanhar primeiro...por onde começar e por onde acabar... como manter...


Um dia Moliére disse "Se vós me reduzis ao desespero, advirto-vos de que uma mulher em tal estado é capaz de tudo"


A mulher que vos está aqui a falar hoje, já não será "capaz de tudo", pois está esgotada física, mental e temporalmente, mas tem a certeza que conseguirá alcançar essa capacidade não pelo desespero mas sim pelo alicerces que os seus amigos vão ajudando a construir...


Assim, talvez venha a conseguir criar uma teia de minutos que me proporcione a conjuntura necessária para recuperar forças, recuperar fôlego...


Assim, talvez venha a conseguir prestar toda a minha atenção, todo o meu cuidado de que aquele Alguém mais carece...



sábado, 11 de setembro de 2010

Solércia... em nada inércia


DIABO: À barca, à barca, houlá!
         Que temos gentil maré!
       Ora venha o caro à ré!

COMPANHEIRO: Feito! Feito!  

E é com este espírito de viagem que se embarca nesta nova peça de teatro do Tapa Furos onde se unificou os principais textos de Gil Vicente.

Sempre em movimento, acompanhados por sons, luzes, cores, pela noite, pelas estrelas e, com sorte, pelo luar... percorre-se a bela e esotérica Quinta da Regaleira que, se durante o dia é mágica e nos leva aos mais recônditos mundos do nosso imaginário, à noite consegue multiplicá-los até ao infinito.

Esta mística romaria tem início na Capela com o Velho da Horta, seguindo até ao relvado do Palácio onde se faz um Breve Sumário da História de Deus. Percorrendo o Patamar dos Deuses pela estrada da Fonte da Abundância chega-se ao Auto da Barca do Inferno, no Patamar do Ténis. Tacteando os Caminhos da Gruta do Oriente até ao Poço Iniciático, chega-se finalmente ao Terraço dos Mundos Celestes, ao Auto da Lusitânia, onde se faz um saboroso brinde a Lusitânia e a Portugal!

Ao longo do percurso está-se sempre acompanhado pelo grupo de actores simplesmente frenéticos, que contagiam o público com a sua efervescência mesmo até ao último momento...

SIMPLESMENTE FENOMENAL
 

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

"VOAR" COM A TERAPIA OCUPACIONAL

Já faz muito tempo que ando a ouvir este tema, mas sem realmente o ouvir, sempre embrenhada no meu mundo da Lua...

Hoje, finalmente chamou-me a atenção, dando conta do quão triste era a letra mas no final tão cheia alento, coragem...

E entretanto, deparei-me com uma ideia ainda mais lunática que eu!

Ora oiçam com atenção... Podem acompanhar a letra da música e as anotações que vou acrescentar: 



INCAPACIDADE -  diminuição no desempenho ocupacional nas principais actividades de interesse = frustração, isolamento...

Eu queria ser astronauta
o meu país não deixou
Depois quis ir jogar à bola
a minha mãe não deixou
Tive vontade de voltar à escola
mas o doutor não deixou
Fechei os olhos e tentei dormir
aquela dor não deixou.

JUNTO DE UM TERAPEUTA OCUPACIONAL... receios, expectativas, interesses...

Ó meu anjo da guarda
faz-me voltar a sonhar
faz-me ser astronauta ...e voar

O meu quarto é o meu mundo

o ecrã é a janela
Não choro em frente à minha mãe
eu que gosto tanto dela
Mas esta dor não quer desaparecer
vai-me levar com ela

Ó meu anjo da guarda

faz-me voltar a sonhar
faz-me ser astronauta....e voar

INTERVENÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL - HABILITAR! 
Nova esperança, novo orgulho em ser quem é dando a volta à incapacidade!

Acordar meter os pés no chão
Levantar e dar o que tens para dar
Voltar a rir,voltar a andar
Voltar Voltar
Voltarei
Voltarei
Voltarei
Voltarei

Ocupacionalmente...
Um cumprimento a todos os Terapeutas Ocupacionais de todo o mundo!