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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Cimeira da NATO






Crise mais que confirmada, mais um acontecimento grandioso, mais uma tolerância...
O que vale é que no nosso pequeno Portugal qualquer acontecimento é grandioso... Tal como foi a visita de Sua Santidade...

Se não fosse a tolerância, nem sabia muito bem o que a NATO é ou faz... deixo confessada aqui a minha completa ignorância e o meu completo desinteresse nas questões políticas...

Mas, segundo a minha pesquisa... "A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) foi criada em 1949, em pleno contexto da Guerra Fria, onde o mundo vivia a bipolaridade bélica e ideológica entre EUA e URSS. Os EUA, já esperando uma futura guerra, literalmente falando, contra a URSS, idealizaram a OTAN, contando com o Canadá e os países da Europa Ocidental, para assim garantir a ajuda de seus importantes e fortes aliados". 

Ora pois bem, tinha de ter o dedo dos "American Express" idealista sempre à espera de porem o dedinho na próxima guerra... sedentos de sangue... e quando não há, estão sempre prontos a inventar uma para manter a adrenalina a correr nas veias...
Venha o próximo Hitler!!! Ou será Bin Laden? Ou será o Bacalhau?


Mas pronto, não vou comentar muito as questões políticas das quais não sou conhecedora...


Simplesmente pretendo perceber qual a vantagem do nosso país parar literalmente para receber esta tão falada Cimeira. 


Da parte dos políticos até percebo... Jantares bastante recheados na companhia de grandes personalidades vindas de todo o mundo... (será que se entendem??? Bem, a comer, ninguém precisa de falar); grandes passeios sem congestionamento de trânsito, a andar a 280 Kms/h nas suas bombas multimilionárias, já que as estradas são todas deles....

Simplesmente não percebo quais as vantagens para nós, simples portugueses... Supostamente, aquando da visita/tolerância do Senhor Papa, foram-nos perdoadas as multas de trânsito... Com esta cimeira/tolerância ganhamos mais um furo nos nossos bolsos? Um buraco maior do que aquele que já temos?

Por acaso, não tendo já um único dia de férias, a tolerância até me vai permitir descansar um pouco (não digo que não), mas vai acabar por ser mais um dia sem receber, mais uma fatia a ver comida do meu delicioso bolo mensal...


Para além do descanso e do aumento do buraco, o que vamos ganhar? Mais um submarino?


E as questões de segurança!!! Por amor da santa! Concordo plenamente com a sugestão que um senhor deixou num site (que já não me lembro): juntar a cimeira toda num cargueiro no meio do mar com os dois submarinhos a patrulhar as águas. Assim, já justificaria os submarinos que temos... ou que vamos ter... novo em folha ainda só chegou um, mas nós já estamos na banca rota....


Isto é Portugal no seu melhor!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Desespero...



 De que me vale trabalhar arduamente para alcançar aquilo a que chamo de qualidade de vida?

De que me vale alcançar qualidade de vida quando esta se resume aos poucos minutos livres que ainda tenho de manhã antes de ir para o trabalho e aos poucos minutos que ainda me restam ao final do dia depois de vir do trabalho?

De que me valem os dias de folga que gastei no tão afamado trabalho?

No final de contas, o que me resta depois disto?
Que tempo me resta para dar a devida atenção, o devido apoio quando Alguém que me é próximo mais precisa?

Como vou sair desta roda viva, que começou a correr e não tem travão ou um simples desacelerador?


Esse Alguém precisa do meu tempo, necessita da minha disponibilidade, da minha liberdade que neste momento não tenho. Da minha disponibilidade que fui gastando à procura de aprovação, de reconhecimento, quando devia esgotá-la junto dos que me são mais próximos. Porque esses sim, estarão lá quando mais precisarei; estarão lá para me ouvirem; estarão lá para me aconselharem e orientarem; estarão lá para me acompanharem nos poucos minutos que neste momento são cada vez mais árduos, cada vez mais difíceis de passar... deixando-me em completo desespero, sem saber que pontas apanhar primeiro...por onde começar e por onde acabar... como manter...


Um dia Moliére disse "Se vós me reduzis ao desespero, advirto-vos de que uma mulher em tal estado é capaz de tudo"


A mulher que vos está aqui a falar hoje, já não será "capaz de tudo", pois está esgotada física, mental e temporalmente, mas tem a certeza que conseguirá alcançar essa capacidade não pelo desespero mas sim pelo alicerces que os seus amigos vão ajudando a construir...


Assim, talvez venha a conseguir criar uma teia de minutos que me proporcione a conjuntura necessária para recuperar forças, recuperar fôlego...


Assim, talvez venha a conseguir prestar toda a minha atenção, todo o meu cuidado de que aquele Alguém mais carece...



sábado, 11 de setembro de 2010

Solércia... em nada inércia


DIABO: À barca, à barca, houlá!
         Que temos gentil maré!
       Ora venha o caro à ré!

COMPANHEIRO: Feito! Feito!  

E é com este espírito de viagem que se embarca nesta nova peça de teatro do Tapa Furos onde se unificou os principais textos de Gil Vicente.

Sempre em movimento, acompanhados por sons, luzes, cores, pela noite, pelas estrelas e, com sorte, pelo luar... percorre-se a bela e esotérica Quinta da Regaleira que, se durante o dia é mágica e nos leva aos mais recônditos mundos do nosso imaginário, à noite consegue multiplicá-los até ao infinito.

Esta mística romaria tem início na Capela com o Velho da Horta, seguindo até ao relvado do Palácio onde se faz um Breve Sumário da História de Deus. Percorrendo o Patamar dos Deuses pela estrada da Fonte da Abundância chega-se ao Auto da Barca do Inferno, no Patamar do Ténis. Tacteando os Caminhos da Gruta do Oriente até ao Poço Iniciático, chega-se finalmente ao Terraço dos Mundos Celestes, ao Auto da Lusitânia, onde se faz um saboroso brinde a Lusitânia e a Portugal!

Ao longo do percurso está-se sempre acompanhado pelo grupo de actores simplesmente frenéticos, que contagiam o público com a sua efervescência mesmo até ao último momento...

SIMPLESMENTE FENOMENAL
 

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

"VOAR" COM A TERAPIA OCUPACIONAL

Já faz muito tempo que ando a ouvir este tema, mas sem realmente o ouvir, sempre embrenhada no meu mundo da Lua...

Hoje, finalmente chamou-me a atenção, dando conta do quão triste era a letra mas no final tão cheia alento, coragem...

E entretanto, deparei-me com uma ideia ainda mais lunática que eu!

Ora oiçam com atenção... Podem acompanhar a letra da música e as anotações que vou acrescentar: 



INCAPACIDADE -  diminuição no desempenho ocupacional nas principais actividades de interesse = frustração, isolamento...

Eu queria ser astronauta
o meu país não deixou
Depois quis ir jogar à bola
a minha mãe não deixou
Tive vontade de voltar à escola
mas o doutor não deixou
Fechei os olhos e tentei dormir
aquela dor não deixou.

JUNTO DE UM TERAPEUTA OCUPACIONAL... receios, expectativas, interesses...

Ó meu anjo da guarda
faz-me voltar a sonhar
faz-me ser astronauta ...e voar

O meu quarto é o meu mundo

o ecrã é a janela
Não choro em frente à minha mãe
eu que gosto tanto dela
Mas esta dor não quer desaparecer
vai-me levar com ela

Ó meu anjo da guarda

faz-me voltar a sonhar
faz-me ser astronauta....e voar

INTERVENÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL - HABILITAR! 
Nova esperança, novo orgulho em ser quem é dando a volta à incapacidade!

Acordar meter os pés no chão
Levantar e dar o que tens para dar
Voltar a rir,voltar a andar
Voltar Voltar
Voltarei
Voltarei
Voltarei
Voltarei

Ocupacionalmente...
Um cumprimento a todos os Terapeutas Ocupacionais de todo o mundo!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A Esperança é a última a morrer...



Sempre ouvi, senti e disse muitas vezes esta frase "A esperança é a última a morrer!" com um significado positivo cheio de expectativas. Uma frase que apregoava probabilidades sempre ainda por alcançar mas com um cheirinho a alcançável... Uma frase que animava os amigos que se encontravam em momentos difíceis...


Mas a realidade é que a Esperança é uma erva daninha que se impõe sem qualquer aviso, conseguindo sem qualquer entrave passar na alfândega do nosso consciente!

Enquanto a Esperança sobrevive, o que acontece ao seu portador? Portador este, que é continuamente alimentado pela dita Esperança, de grandes confianças e possibilidades, de grandes sonhos possíveis de alcançar?


Enquanto a Esperança egoísta continua a viver que nem um parasita, o seu hospedeiro vai definhando à medida que se vai dando conta de que todas as suas expectativas, todas as suas confianças e sonhos falsamente cheios de possibilidades vão morrendo à sua frente, deixando-o num completo vazio e já sem forças para continuar a tentar... A tentar alcançar o inalcançável, a tentar sonhar o improvável, a tentar confiar no desconhecido, a tentar acreditar nas possibilidades impossíveis...


Gostava de viver mais na pura da realidade do que a acreditar na Esperança, mais acertadamente chamada Falsa Esperança... Mas a minha cabeça de Lunática, sempre no mundo da Lua, ainda não me permitiu encontrar o antídoto para este vírus.


Por isso... A Esperança continua a ser a última a morrer, a ser a última a ter a palavra, enquanto aos poucos vou morrendo na fantasia criada por esta inimiga... Esperança...

domingo, 15 de agosto de 2010

Férias no Algarve - 2nd round...


Mais umas férias passaram, mais dias de trabalho me sobram...
Depois de ter ido passar uns dias à santa terrinha matar as saudades da famelga, aproveitei o convite de um amigo para ir passar os últimos dias ao Algarve, mais precisamente Olhos d'Água e Vilamoura.


Depois da última experiência em Portimão, já estava preparada para ir carregada com um dicionário de inglês para me safar lá pelos algarves... Mas à última hora decidi que o meu inglês rudimentar me safaria e, caso não bastasse, os ingleses que se lixassem, afinal de contas estou no meu próprio país!!!


Para meu espanto, nunca cheguei a falar outra língua que não o português.


Andei sempre por Vilamoura... um dos centros mais prestigiados de animação nocturna! E que animação! 

Depois um dia bem passado na Praia da Falésia, nunca íamos embora sem ir à festa do Sunset no No Solo Agua. Sempre com um DJ diferente a proporcionar um pôr do sol e uma despedida da praia bastante animado e... povoado! Era quase impossível chegar ao balcão do bar para pedir uma bebida! Quando a batida da música subia, estavam lá uns chuveiros a arrefecer o calor da multidão! E que bem saberia se eu tivesse conseguido lá chegar!


Banho tomado, estômago aconchegado e lá íamos nós outra vez para Vilamoura. O ponto de encontro era no Café da Vila e dali partíamos à procura de mais movimento, mais vida. Bares animados não faltavam por lá. 


Numas das bem quentes noites, fomos ao Agua Moments. Já não sendo novidade, a animação continuava por lá. A certa altura começou a chover... e que bem soube sentir as gotas nos meus ombros para refrescar uma noite que parecia tropical.


Noutra noite fomos a um Irish Pub, com boa música ao vivo e um grupo de ingleses já bastante bebidos. Esse grupo estava ao rubro e a certa altura uma das inglesas sobe para uma mesa e começa a dançar conseguindo mostrar os seus atributos físicos de tal forma que conseguia fazer corar as mentes mais inocentes ou despoletar as mais perversas...


Os dias passaram e a vontade de ficar mais tempo era muita... mas o dever chamava-me... tinha de voltar à rotina laboral...


E muito custou uma vez que fui muito bem tratada mesmo falando português!!!


Desta forma, deixo aqui a minha avaliação:


Atendimento/tratamento: Portimão - 0    Vilamoura - 10
Animação:                       Portimão - 5    Vilamoura - 10
Companhia:                     Portimão - 10  Vilamoura - 10


Vilamoura, aqui vou eu outra vez!!!!   ;P

Deixo aqui um cheirinho de uma das festas do Sunset no No Solo Agua para terem uma ideia...


segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O Grande Afundanço!


Na passada segunda-feira, 2 de Agosto, chegou o primeiro dos dois mísseis designados para afundar o nosso país. Um concurso público lançado pelo Sr. Dr. António Guterres, o mesmo que nos deixou de tanga, vai agora deixar-nos como o senhor da imagem. E nem as pastilhas "Treisdent" nos vão salvar porque não vamos ter poder de compra para um simples pão sequer!

O Sr. Paulo Portas devia estar a pensar no tamanho dos seus tomates quando aprovou este abominável contrato! Um submarino por cada tomate mirrado!

E para quê?? Para defender Portugal dos escorpiões suicidas meticulosamente treinados pelo Bin Laden nas suas áridas terras por onde anda escondido? Ou para nos enfiarmos em guerras que não são nossas? 

Ainda por cima, quando algum dia forem precisos para defenderem justificadamente o nosso território, os seus equipamentos já devem estar de tal forma desactualizados, que vão afundar assim que lançarem o primeiro míssil...

Sinceramente não percebo... mas acho que tenho uma teoria que possa justificar ou explicar a razão desta tão falada aquisição. Estes dois meninos, chamados Tridente e Arpão, vão servir de refúgio para todos os políticos que ajudaram e estão a ajudar a arrasar com o nosso país. Os mísseis vão estar recheados de caviar e champanhe em vez do seu conteúdo bombástico. Os camarotes dos supostos militares e comandantes vão ser quartos sumptuosos com spas incluídos. A única tripulação vai servir para manter o refúgio subaquático em funcionamento, para cozinhar e fazer tratamentos de beleza e auto-bronzeamento, uma vez que os grandes não vão apanhar muito sol... Esta tripulação vai ser constituída apenas por uma pessoa por submarino, incumbida de todas as tarefas mencionadas, uma vez que os quadros para contratação estão congelados, há que manter ou mesmo aumentar a taxa de desemprego, e mais tripulantes iria reduzir o número de aposentos de luxo para os grandes...

Tal como no Titanic, vamos ouvir música à medida que o barco (nosso país) afunda. Contudo, em vez de ser uma melodiosa orquesta vai-se ouvir no ar vozes ébrias a cantarem uma versão rasca do Yellow Submarine dos Beatles:

"We all live in a grey submarine,
A grey submarine, a grey submarine...
We, the greatest ones, all live in a grey submarine
And the Portugal people...  just fuck them all...
We, the greatest ones, just don't give a fuck
Just don't give a fuck, just don't give a fuck!"


Para amenizar a minha ira e a dos muitos portugueses depois de se ver mais um aumento nos impostos, mais uma talhada dos nossos ricos e bem suados ordenados a desaparecer, deixo aqui a versão original que é bem mais interessante e que boas recordações traz!


terça-feira, 15 de junho de 2010

Santos Populares - Lisboa 2010


Mais um ano passou, 
Mais um Santo António chegou.
Com os amigos uma sardinhada fui jantar,
E pela noite dentro foi sempre a bombar!


Numa noite em que o Santo António lá pediu às nuvens para conterem as lágrimas de emoção, lá fomos nós, um grupinho bastante razoável em número e onde imperava a boa disposição, aos santos populares.

A sardinhada era boa com sardinhas bem carnudas e sumarentas, mas a um preço de bradar aos céus e fazer as nuvens chorar de novo, desta vez de mágoa, tal vai a crise... só para terem uma ideia, pelo preço de duas sardinhas, quase comprava um quilo no Pingo Doce (passo a publicidade)! Mas o que interessava mesmo era o "cumbíbio"!

Começámos a caminhada rumo ao Castelo de São Jorge, passagem obrigatória, onde conseguimos chegar sem qualquer dificuldade e onde começou a caça à melhor caipirinha, morangoska e afins.


Fomos descendo até Alfama onde a multidão começou a apertar e, tendo eu uma amiga que mora por lá, não pude deixar de matutar numa quadra que lhe vou dedicar:

Cara Amiga, aqui vai:


Pela tua rua andei a vaguear,
Mas a tua porta não consegui identificar.
Quando a algazarra passar,
Logo me irei orientar!


Sei que é muito "ar", mas na altura era de ar que eu necessitava e ficou tudo a rimar com "ar"... 

Agora te entendo, amiga, porque tiras férias nesta altura do ano! Tal era a confusão, muita gente, muitos bairristas a puxar a brasa à sua sardinha e também o gelo à sua caipirinha!

O momento alto da noite aconteceu quando parámos para ver um bacano a partir um saco de gelo ao som do "Smells Like Team Spirit" dos Nirvana. Era contra a parede, era contra o chão... o que interessava era ter gelo esmigalhado para as caipirinhas. Foi lindo de se ver...


Enfim, uma noite em grande... venham mais assim!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Férias Fora Cá Dentro



"É também uma atitude patriótica passar férias cá dentro", foram mais ou menos estas as palavras do nosso ilustre Presidente da República, Professor Cavaco Silva, no Primeiro Jornal do Domingo passado.

Quase que caí do sofá de tanto rir de forma cínica e irónica ao ouvir estas palavras tão originais e cheias de sentido... Eu passo a explicar...


Nesse domingo, tinha acabado de chegar de umas belíssimas férias passadas em Portimão. Bom tempo, com sol radiante, excelente companhia, boa disposição até nunca mais acabar... praia, muita praia... enfim, nada melhor para carregar um quarto das minhas já mais que gastas baterias.


O dia começava sem stress, pequeno almoço farto e depois bora lá para a praia que o som do mar já chama. À noite, rematávamos sempre com um gelado numa gelataria que tinha os mais variados sabores (como por exemplo o de nutela de que gostei bastante); e depois terminávamos com um copo nos milhentos bares da avenida. 


É aqui que começa a minha indignação. Para mim já não era novidade que o Algarve já é mais inglês do que português, mas daí a ter que me sentar num bar e ter de falar em inglês para pedir uma bebida só porque a menina que nos veio a atender era inglesa... quase que trepei as paredes!!!! Consegui manter a minha postura de boa, muitíssimo simpática e linda portuguesa que sou, e mostrar à camone que não sou burra nenhuma e que sabia falar bem a sua língua. No entanto, não devo ter conseguido disfarçar a minha incredulidade perante a situação, tanto que no final quem veio receber o money foi a mais que enrugada, malencarada e antipática dona do bar que era portuguesa...


Para além deste aspecto linguístico, este bar tinha o hábito de passar non stop em ecrã gigante vídeos de garraiadas, onde se largam os touros nas ruas e os pacóvios da aldeia tentam deter a todo o custo o touro, levando cornadas do mesmo ou mesmo pancadas na cornadura por tropeçarem neles próprios e baterem com a cabeça nos passeios, pedras, ou partirem-se todos a tentar trepar muros na fuga ao touro... enfim, figurinhas tristes que os camones frequentadores do bar achavam bastante graça... realmente assim, eles devem ficar a pensar que o que define Portugal é o Cristiano Ronaldo e as figurinhas tristes que se fazem nas largadas dos touros.


E isto deixa-me triste. O nosso país que é rico em cultura, fica desta forma com uma imagem pobre: futebol e touros....


Escusado será dizer que me recusei a voltar a este bar.

Já de regresso a casa, das mínimas férias, parámos em Setúbal para jantar o belo do choco frito. Mais uma situação de indignação! Fomos servidos com as sempre presentes e não pedidas entradas de presunto, azeitonas, manteiguinha e pão. Tudo bem, tudo normal. Na mesa ao lado, sentam-se uns franciús com a mania. Mal se sentam, começam a criticar as ementas, qualquer coisa que tinha a ver com a tradução para o francês, depois começam com piadolas acerca do empregado com o qual falam em inglês... enfim... comecei a fervilhar. Depois deste filme, qual não é o meu espanto quando começo a reparar nas entradas que eles tiveram direito: igual à nossa MAS com mais um pratinho de gambas que eles não pediram!!!!! 

Ora bem, o que é que nós, portugueses, estando no NOSSO país somos menos que os estranjas???


Tudo bem, temos de aliciá-los para voltarem mais vezes... faz bem à nossa economia em franca crise... mas porque não sermos também aliciados para ficarmos por cá e não procurarmos bom tratamento noutros países??

É claro que concordo com as palavras do Professor Cavaco Silva, até porque o nosso país tem lugares lindíssimos para serem visitados e explorados, mas sinceramente acho que a atitude patriótica deveria começar pela classe hoteleira!

sábado, 29 de maio de 2010

Rock In Rio 2010, eu fui!



Depois de ter perdido os Linkin Park na edição do Rock in Rio 2008, prometi a mim mesma que este ano não perderia a oportunidade, caso viesse uma banda de que gostasse.

E assim foi. Este ano, em que o cartaz não deixava margem para dúvidas ou vontades divididas entre vários dias...várias bandas... não houve dúvida alguma, tinha de ser na quinta-feira, dia 27 de Maio! O dia em que os Muse iriam actuar...

É certo que os concertos destes festivais sabem sempre a pouco, mas pelo menos temos a oportunidade de ver bandas que não conhecemos, bandas cujos concertos exclusivos deixámos passar e bandas que nunca actuaram em Portugal.

O cartaz deste dia pareceu-me bastante interessante a começar logo pelos Muse, continuando pelos Snow Patrol. Ainda com os sempre presentes Xutos e Pontapés, não fossem eles os representantes de Portugal no Rock in Rio, e também com os portugueses Fonzie.

Os Fonzie, que vieram substituir os Sum 41, deram início à noitada. Muito divertidos, bem dispostos, apresentaram-me uma música cheia de energia que desconhecia, embora seja uma banda portuguesa. Fizeram um bom trabalho deixando-nos um cheirinho de como seria o resto da noite!



Dos Xutos e Pontapés nem vale a pena falar. Depois de levar um raspanete de uma grande fã deles por nunca os ter visto ao vivo (é verdade!), lá os vi pela primeira vez fazerem um excelente concerto deixando-me com vontade de ir ver o próximo concerto deles. Até o baterista se chegou à frente e cantou, e muito bem, acompanhado pelo Zé Pedro!




Depois foi a vez dos Snow Patrol. E o belo espectáculo continuou, a noite continuou a aquecer! Voz límpida que enchia todo o recinto do rock in rio, boa presença no palco, boa disposição, excelente interacção com o público, embora com um português espanholado, deu bem conta do recado. Contou-nos que adorou a visita ao Castelo de São Jorge e convidou a nossa Rita Redshoes para o acompanhar num dos temas. Ainda dedicou ao povo português um tema que ele tinha escrito à alguns anos atrás no seu quarto da residência da faculdade...






Finalmente chegou a vez dos tão esperados Muse. Aproveitaram o fogo de artifício para fazerem a sua entrada. Estávamos todos de nariz apontado para o céu, quando de repente dispara uma guitarrada bem estridente como que a dizer "então bacanos! comé?? estamos aqui! Toca a bombar!!" E assim foi... Bombástico! Electrizante! O vocalista com um fato a combinar com o som da sua música, brincava com as suas guitarras como se nada fosse. Bom alinhamento, excelente passagem entre os temas com guitarradas e mais guitarradas que nos levavam ao rubro! O baixista, com uma indumentária mais sóbria estava munido de um cachimbo que teria qualquer coisa como "chocolate" ou menta para aclarar a sua garganta para os momento em que tinha de fazer os seus agudos acompanhamentos. 
Apesar da minúscula interacção com o público, Mathew mostrou ser um excelente conhecedor de música não resistindo a tocar o seu piano e a fazer malabarismos sonoros com as suas guitarras, acabando por trespassar a bateria com uma delas levando o público ao êxtase!
Simplesmente fenomenal, simplesmente o momento alto da noite que soube bastante a pouco. Queria mais... muito mais...





terça-feira, 11 de maio de 2010

Papa Bento XVI em Lisboa


Como todos sabem, o Papa esteve hoje em Lisboa num evento de grande mediatismo...
"O primeiro dia da visita de Bento XVI a Portugal terminou com o primeiro "banho de multidão", no Terreiro do Paço, e com um apelo aos católicos portugueses, para serem "uma presença irradiante da perspetiva evangélica" na sociedade." Foi este o texto publicado no jornal diário O Destak.

Segundo a minha mínima investigação, o "primeiro banho" ao Papa foi dado por um mar de 80 a 100 mil pessoas, entre elas as variadas e importantíssimas figuras políticas do nosso pequeno país.

É incrível como, com a vinda de sua Santidade, todos ficam religiosos e a veia solidária vem ao de cima. Só quando nos estão a aumentar os impostos, a congelar as vagas nas nossas carreiras, os nossos ordenados é que já não se lembram que estão a ser avaliados pelo ser Supra Sumo lá em cima nas nuvens, ou onde quer que seja... segundo dizem, é omnipresente... por isso...

Mas devo confessar que até eu fiquei bastante religiosa ao saber que a função pública ia ter tolerância hoje, Terça-feira, e folga completa na quinta, só para receber o bom do Papa... E não tenho remorsos. Afinal de contas, foi uma coisa que nos foi dada, e sempre me foi ensinado na catequese que devemos sempre estar gratos a tudo o que nos seja oferecido! Por isso, acho que não cometi nenhum pecado... 

Apesar de ter ficado um pouco mais religiosa, não percebo o que o Papa pretende com o seu apelo para sermos "uma presença irradiante da perspetiva evangélica"...

Ora bem, à excepção desta semana, sou muito pouco religiosa. Durante a minha educação católica foram-me sendo apresentadas algumas contradições entre os ensinamentos e a realidade... Sempre me ensinaram que as coisas materiais não eram importantes, que não se devem adorar figuras, mas o que tenho vindo a ver na realidade é exactamente o oposto. 

Todas as igrejas onde já fui têm figuras de santos e do próprio Jesus/Deus ornamentadas a dourado (para mim sinal de ostentação) para todos os devotos adorarem. Segundo ouvi dizer o Papa veste Prada... ou será "O Diabo Veste Prada"... Segundo dizem, o Vaticano é a entidade mais rica no mundo... a meu ver devia ser a mais pobre para dar o verdadeiro exemplo e para dar a oportunidade para os devotos fazerem as suas oferendas com verdadeiro significado e não darem a esmola a quem não precisa... 

Há uns dias vi nas notícias as vestes que estavam a ser confeccionadas, cá em Portugal, com os melhores tecidos e com os maiores dos cuidados e pormenores... Ora bem, isto para mim, é tudo ostentação, riqueza... Jesus era um pobre carpinteiro trajado com um matrapilho simples, cheio de pó e sandálias gastas. Por isso, as vestes confeccionadas deveriam ser de serapilheira para recrear da forma mais verdadeira "a palavra do Senhor"!! 

Por isso, na minha singela opinião, essa "presença irradiante da perspectiva evangélica" é, simplesmente, uma hipocrisia pura e dura. Todos os devotos que me perdoem...

Agora, voltando à minha religiosidade papal desta semana... ou não... e como não podiam cá faltar mais uma vez os A Silent Film... deixo aqui um tema deles que até tem o cântico dos anjos como fundo...

Aproveito para chamar a atenção à letra do refrão e não ao estronço do vídeo que se quer armar mas não faz nada de jeito... infelizmente este foi o único vídeo que encontrei deste tema...

 


Primeiro Refrão:
There's people 
People getting out of their cars 
Driven by their beating hearts
But i only want to e with you... with you...


Segundo Refrão:
There's people 
People going out of their minds
Driving to each others on
but i only want to be with you... with you...

I want you, I want you to define me, define me
Papa-papa papa-pa...

Tradução para português e adaptação à visita de Sua Santidade:


Há pessoas
Pessoas a saírem dos seus carros
Levadas pelos seus corações  (a saudar a Sua Santidade)
Mas eu só quero estar contigo... contigo... (ou qualquer outra pessoa que não seja Papa ou Padre)


Há pessoas
Pessoas a passarem-se da cabeça
A empurrarem-se umas às outras (para chegarem mais perto das cadeiras que se esqueceram de reservar para ver o Papa)
Mas eu só quero estar contigo... contigo... (bem longe do Terreiro do Paço, numa bela esplanada)


Eu quero, eu quero que me definas, definas
Oh Papa, Papa, Oh Papa Papa 
(Ó migo, como é que queres que o Papa te dê alguma orientação, se eles próprios andam baralhados no meio de pedofilias e casamentos clandestinos ou filhos bastardos espalhados por onde quer passem?)

Posto isto, não posso deixar de partilhar mais dois vídeos:




Neste segundo vídeo, prestar especial atenção a partir dos 3mins e 28segs...

 

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A Silent Film

Oiçam esta música e digam-me se conseguem ficar quietos apenas a escutar...





Até há uma semana atrás não conhecia esta banda, A Silent Film, mas bastaram alguns segundos para ficar completamente rendida...

Não acredito em amor à primeira vista, mas foi o que aconteceu. Silenciosos, é coisa que eles não são. A sua melodia dá dinamismo, electricismo, não sei explicar... simplesmente não dá para parar...

Agora, oiço todos os dias no meu carro, pela manhã quando vou para o trabalho, e não consigo ficar parada a ouvir. Energia logo pela manhã! Só não me mexo mais porque, no meio do trânsito, os condutores do lado iriam achar que ia a caminho do Júlio de Matos...

Mas enfim, encontrei uma boa forma de chegar ao trabalho cheia de energia e positivismo! 
Oh yeeeeeeeaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh!

domingo, 2 de maio de 2010

Coisas de Fanáticos...


Tal como o Nuno Markl, não pesco nada de futebol. No entanto, por afinidade ou herança familiar, cresci benfiquista.
 
Claro que percebo que quando a bola entra na baliza do adversário é golo para a nossa equipa. Mas quanto às penalidades, penaltis e de como os pontos conseguidos no final de cada jogo vai afectar a classificação nos campeonatos, nas ligas e afins… disso é que não entendo nada e, sinceramente, nem me dou ao trabalho…
 
Foi com grande pena, mas com o mínimo de afecção, que soube através de um amigo que o nosso Glorioso tinha perdido com o Porto 3-1, mesmo a jogar com um elemento a mais!
 
Esse meu amigo disse que ficou com uma azia… de tal maneira que estava na dúvida de poder ir trabalhar amanhã… até se afastou do seu pai que estava em pior estado… Segundo a sua médica de família, sofrem de clubite aguda… neste momento já mais crónica que outra coisa…
 
Como ele, devem haver milhares de fanáticos a sofrerem do mesmo. Os sintomas passam por roer as unhas desalmadamente durante o jogo, enfrascarem-se em bejecas esquecendo o bom do tremoço e do amendoim; entre amigos e inimigos o tema de ordem é o futebol com ênfase no seu clube; e quando o seu clube perde, ficam com azia, mau humor, o consumo de cigarros aumenta e consequentemente a carteira emagrece…
 
Eu até acho o futebol um desporto bastante saudável e giro de se ver. Já tive a oportunidade de assistir a um jogo do Benfica no Estádio da Luz e achei bastante divertido. Tudo começa em grande festa com entoações ao nosso clube… grandes esperanças que ficam no ar para depois caírem por terra quando o Benfica perde o jogo contra o Naval (ao que percebi, um clube mais fraquito… mas não quero aqui ferir susceptibilidades). O meu pai disse logo: “Nunca mais venho assistir a jogos do Benfica!” – ao que parece, sempre que ele vem à catedral, a equipa perde… será que se tornou no talismã do azar?? E eu, toda contente, por finalmente ter ido assistir a um jogo bastante divertido, em que os jogadores mais pareciam umas meninas que, a qualquer toque do adversário, se mandavam para o chão a ver se conseguiam uma falta e obter de qualquer forma o controlo da bola que teimava em fugir-lhes dos pés…
 
Lembrei-me agora dos bons momentos que passei entre amigos, durante o euro 2004. Cada jogo da selecção era pretexto para nos juntarmos para lancharadas bem apetitosas. Sempre que a nossa Selecção ganhava, lá íamos nós, vestidos a rigor, festejar para Cascais. Sem medo, no meio de ingleses carrancudos, que lá se resignavam e acabavam por se meter na festa. Afinal de contas o que lhes interessava era enfrascarem-se numa bela Guinness para afagarem as mágoas…
 
Também no Mundial, me lembro que durante as horas de trabalho, sempre que tínhamos um furinho, lá nos escapulíamos para o bar dos estudantes e, no meio de médicos, enfermeiros terapeutas e estudantes, lá estava o nervoso miudinho seguido da alegria ou da decepção, todos sofrendo por Portugal…
 
Com isto tudo, acho que o futebol, esquecendo os fanatismos, é um bom motivo de convívio e de partilha de alegria… ou de tristeza… dependendo da sorte…

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Dia Internacional da Dança - 29 de Abril



A dança caracteriza-se pelo uso do corpo utilizando movimentos previamente estabelecidos ou improvisados ao som da música, exprimindo os sentimentos que esta provoca. Quem nunca teve vontade de mexer pelo menos os ombros ou trautear os dedos ao som de uma música de que gosta? Esse mínimo movimento já é dança!
 
Pois bem, ontem aconteceu a comemoração internacional desta actividade que nos faz sentir tão bem, que nos faz soltar… Foi escolhida esta data, 29 de Abril, porque comemora o nascimento de Jean-Georges Noverre, o criador do balé moderno.
 
Este acontecimento tão importante fez-me lembrar de um festival que ficou gravado para sempre no meu baú de boas memórias: o Festival Andanças.
Organizado pela Associação Pé de Xumbo, este festival acontece todos os verões na pacata aldeia de Carvalhais em São Pedro do Sul.
 
Num ambiente quente, bastante zen e multicultural, aprende-se a dançar todo o tipo de danças, desde as danças tradicionais de variados países até ao hip-hop, break dance e até mesmo a dança do ventre! Para além disso, existem muitas outras actividades tais como artesanais (tingimento de tecidos, escultura, pintura), radicais (rapel, escalada, percursos de orientação) e musicais (aulas de jambé e canto).
 
É um festival para todas idades e todas as culturas, o que torna o ambiente bastante interessante pois encontramos pessoas de vários países, culturas, idades, costumes… Tive o prazer de presenciar um casal de hippies na sua adoração matinal ao nascer do sol. Aquele ritual mais parecia outra coisa por causa dos grunhidos que soltavam, mas foi giro ver…
 
Ali, não há horas para acordar nem para dormir. Se acordarmos bem cedo, podemos comer uma enorme fatia de broa de milho com mel. Nada melhor que uma bomba calórica para aguentarmos o ritmo do dia. Depois, vamos assistir ao nascer do sol à moda do casal hippie. No meu caso, num dos anos, tínhamos de acordar bem cedo para tomar banho de água fria nos balneários improvisados sem tecto, no meio do acampamento, para não termos o azar de alguém das tendas montadas num piso superior acordar e espreitar lá de cima… Felizmente, as condições foram melhorando e nos anos seguintes já tínhamos água quente e tecto!
 
Ao longo do dia, podemos fazer os workshops que mais nos interessam, aprender os variados tipos de dança. No final da tarde, temos a oportunidade de relaxar com Tai-Chi, Yoga ou aulas de relaxamento, para assim nos prepararmos para o baile que se estende pela noite dentro, com o bom do caldo verde e da bifana para repor as energias e continuar até de madrugada a praticar todas as danças aprendidas durante o dia.
 
Se gostam de acampar, o Andanças dispõe de um parque para esse propósito organizado em duas zonas: silenciosa e a não silenciosa. Pessoalmente, aconselho a não silenciosa. Não há hora para a música acabar. Nada como adormecer no meio de uma variedade de estilos musicais e dos murmúrios cantantes de pequenos grupos que se juntam junto das suas tendas e tentam recrear as suas músicas preferidas ao som das suas guitarras e jambés… e também dos cheiros interessantes que a brisa do ar nos traz de cigarros alternativos… desculpem, do insenso… fiz confusão…
 
A aldeia permite ainda caminhadas, caso queiramos descansar um pouco das danças, até a uns riachos onde podemos por os pés cansados de molho, tomar banho e relaxar numa bela sombra.
 
Sem dúvida, um festival que vale a pena. Já fui 3 anos consecutivos e com muita pena minha não consegui voltar… a ver se este ano cumpro essa missão, apesar de já estar a ver longe essa possibilidade devido à maneira como ando a desperdiçar as minhas férias...


O ambiente Andanças...





A tenda do Forró...




Momento de relax....








Momentos musicais...



 




Uma noite de bailarico...






Os amigos do charro e do incenso...


terça-feira, 27 de abril de 2010

Bairro Alto


Até há bem pouco tempo, a imagem que tinha do tão frequentado Bairro Alto era bem negra. Um amontoado de ruas com bares escuros, cheios de gente e com uma música alternativa bastante latejante.

Um amontoado de ruas em que a cada esquina, em cada passeio tinha de fazer uma ginástica descomunal para não pisar o Senhor Gregório que teimava em aparecer à minha frente vindo das entranhas de inúmeras terras desconhecidas.

Este retrato talvez tenha sido desta forma gravado no meu inconsciente, na minha memória, pelas circunstâncias em que me foi apresentado. Ora eu, uma simples rapariga vinda da província para uma cidade pouco conhecida... primeira vez saída com o grupo da faculdade... cenário caótico para baptismo...

Até há uns meses atrás era esta a minha opinião deste bairro lisboeta. Até que um amigo me mostrou o outro lado. Um bairro em cujas ruas amigos convivem despreocupadamente e saltitam de bar em bar à procura do ambiente pretendido.

Este meu amigo, que começa a night com o seu preferido Pontapé (que vim a descobrir mais tarde que o nome desta bebida não acaba no simples Pontapé…) levou-me a passear pelas ruas do Bairro Alto (que continuam a ser um labirinto mesmo depois de várias vezes visitadas) e a conhecer alguns bares bem mais luminosos e com música bem mais interessante.

Conheci o seu preferido, o Palpita-me, onde tocam música de vários géneros e feitios, desde Pearl Jam até a várias versões de um tema da Britney Spears (ambiente mais cómico). Conheci um bar de karaoke onde num ambiente quente, atolado mas sempre bem disposto, todos afinam e desafinam em uníssono os temas das suas bandas favoritas. Passei ainda por um bar de música jazz ao vivo onde já não se toca ao vivo…. Não percebi…

Até entrei num bar bastante agradável, bem decorado e com boa música – O Salto Alto Bar. Este merece um parágrafo à parte. Sim, tem muito bom ambiente, até que começámos a tomar mais atenção aos pormenores deste ambiente… Começámos a reparar nos grupos que lá se encontravam, nas pessoas que entravam e saíam…. Ora pois bem, era um bar GAY! Nunca eu vi tanto enroscanso declarado, ora com uma, ora com outra… mas o melhor, foi ter a oportunidade de presenciar um belo dum linguado entre dois gajos ao vivo! Já tinha visto inocentemente na TV… mas ao VIVO tem outro impacto!

Para terminar da melhor forma a noite de caminhada de bar em bar, nada como um croissant de chocolate acabadinho de sair do forno às três da matina.

Fica aqui a minha admiração por não me ter cruzado com o Senhor Gregório… será que tinha ido de férias? Terá sido detido? Ou retido com um Gurosan?

Por ter mudado a cor do meu retrato do Bairro Alto, deixo uma homenagem ao meu amigo ;P

“Snoopy goes to Bairro Alto”

O Belo do Transporte Público... ou não...



Hoje levantei-me de madrugada pois avizinhava-se uma manhã caótica devido à paralisação total dos transportes públicos. 

Até nem correu muito mal. Com alguma batota, mudando sempre para a faixa do lado que começava a andar para parar um pouco mais à frente e entrando pelas bombas de gasolina para sair, meio quilómetro mais à frente, passando à frente de dezenas de pobres condutores, lá consegui chegar a horas de um cappuccino e cigarrito antes de começar a trabalhar.
 

O pior aconteceu quando chegou a hora de voltar para casa. Demorei uma hora para fazer um percurso de cinco minutos… Dá para concluir que os transportes públicos são imprescindíveis para o belo fluir na grande cidade cosmopolita e fugir das sempre presentes filas de trânsito.
Não nego esta conclusão… NO ENTANTO…. Continuo a considerar o meu golfinho como um grande amigo do peito e das horas do aperto!
 

Numa fase da minha vida, numa bem curta fase da minha vida, aderi aos meios alternativos de deslocação: comboio e metro. Lá ia eu toda lampeira, completamente rendida à moda do MP3 cujos fones me faziam chegar ao trabalho com as orelhas vermelhas e doridas. Até podia passar pelas brasas!... quando conseguia sentar-me… senão, eram 30 minutos de comboio em pé… E lá chegava sempre a horas ao trabalho! Maravilha!
 

Contudo, esta maravilha tem os seus contras… todos os dias lá me deixava levar pela maré pesada de pessoas que saiam do comboio e se dirigiam para as escadas afunilantes que levavam ao metro; todos os dias me fartava de correr (quando a maré me deixava) para apanhar o metro que estava prestes a partir; todos os dias revirava os olhos por causa de certas individualidades que insistem em entrar à força no metro quando ainda há um mar de gente para sair; todos os dias me fartei de levar encontrões sem encontrar um pedido de desculpa. Enfim… mas lá ia eu acompanhada pelas belas músicas armazenadas no meu MP3, apesar de bastante contida, pois não podia acompanhar esganiçadamente as minhas bandas favoritas.
 

Outro ponto negativo era a volta para casa. A tentar apanhar o metro (ainda me faltava o comboio), nunca consegui parar de olhar todos os segundos para o meu relógio e pensar “A estas horas já estava em casa”. E passada uma hora lá chegava eu ao doce lar já noite avançada, com a lunática mor de a bexiga a rebentar e sem vontade de fazer mais nada senão ir para a cama e voltar à mesma rotina no dia seguinte.
 

Ora bem, aqui a qualidade de vida é relativa… ou quanto muito reduzida. Sim, há qualidade de vida quando de manhã chegamos ao trabalho sem grandes intercorrências e a horas. Mas onde é que ela está, quando voltamos para a casa a altas horas que nem nos dá para gozar do conforto do nosso lar que tanto nos esforçamos para ter?
 

Na minha opinião, não há nada como ir acordando a caminho do trabalho ao som da música que gostamos, a esganiçar quando bem nos apetecer ou rir à gargalhada das barbaridades hilariantes que os locutores da rádio preferida dizem. Não há nada como sermos ambrósios de nós próprios, da nossa vida, mesmo não havendo Ferrero Rocher. Um táxi que está sempre ao nosso dispor mesmo para as distâncias mais pequenas sem resmungar!
 

Uma Viva aos transportes públicos bastante úteis para quem não teve possibilidade, coragem, pachorra ou habilidade para tirar a carta.
 

Eu manter-me-ei sempre fiel ao meu golfinho…. até que a morte mecânica nos separe ;)

A Corrida da Formiga



Como todos sabem, as formigas sempre foram muito trabalhadoras. Trabalham sempre cheias de vontade para depois gozarem os louros no inverno e fazerem pirraça às cigarras que passaram o tempo todo a cantar. E assim lá andam elas em carreirinhos bem organizados…

Também assim andamos nós, os humanos, em carreirinhos todos os dias mas bem menos organizados. Todos os dias há acidentes: ora porque está a chover, ora porque faz vento, ora porque está um sol lindo de morrer e ficaram todos embasbacados a olhar para ele ou então, porque uns paspalhos decidiram fazer uma manobra menos segura e entupir as principais artérias para a atarefada cidade de Lisboa.

Todos os dias lá vamos nós, meros humanos autómatos, para os nossos trabalhos com muito menos alegria e vontade que as formigas e com a perspectiva de um inverno com poucos ou nenhuns louros.

A nossa realidade é bem diferente da delas. Sofremos e definhamos todas as manhãs em que temos de ir labutar, sem grandes perspectivas futuras, por mais esforços que façamos, mas com a sorte de ainda levarmos um berro do chefe que acordou com os azeites.

Outra grande distinção é que normalmente a cigarras humanas ficam sempre com os louros e as formigas humanóides ficam com a sensação inglória de terem estado a trabalhar arduamente para o boneco….

É este o nosso presente e será este o nosso futuro… quem me dera ser uma mera formiga….

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Oh Fada dos Dentes salva-me deste suplício...


Fada, oh Fada dos Dentes, deixa debaixo da minha almofada um pote de dentes novos!!

Pois é... os dentes são a história da minha vida.

Desde maçarica que os meus dentes dão que falar. Já a minha mãe dizia que, se numa balança me colocasse num braço e no outro colocasse todo o dinheiro que já tinha gasto com os meus dentes, eu saltava para as nuvens, pois o peso do dinheiro (em notas!) era bem mais pesado!!!

Lá fui eu esta semana de urgência à minha dentista, depois de ter passado um fim de semana de dores e horrores provocados por um malvado dente partido. É verdade, mais um... o mesmo que tinha arranjado em Dezembro...


A dentista, estranhando tanta dor, decidiu tirar um raio X...
"Ah pois é..." diz-me ela ao olhar atentamente para a horrenda fotografia da minha dentadura. Ou será que a minha dentadura é que é horrenda...?


O "Ah pois é..." por mim mais temido, e por mim sempre ouvido cada vez que lá vou. Normalmente é sempre sinal de más notícias...


Parece que então e meu querido dente, para além de ter ficado com o nervo à superfície depois da quebra, estava a criar um quisto... e como se não bastasse, o do lado já tinha mesmo um quisto formado que se não o tratar vai gastando o osso do maxilar à medida que vai crescendo.


E eu pergunto já cheia de medo do que vem lá, o que tem de ser feito. Ao que a minha "adorada" dentista (coitada, não tem culpa de eu ser gulosa) me responde prontamente:

"Ora bem, temos de desvitalizar o dente sensível, depois de um tratamento com antibióticos" - Até aqui tudo bem... e um pouco optimista pergunto em relação ao dente que já tem quisto formado. E a resposta foi...


"Arrancar e colocar implante" - só não caí porque estava refastelada na cadeira super confortável de paciente dentário...
A minha magra carteira até tentou saltar da mala com o susto que apanhou.


Com isto, já tenho para aí uns três implantes à espera do euro milhões e ainda o sonho de um aparelho que me faça ficar com um sorriso à Cameron Diaz... (era bom, era...)


E lá desabafei eu "Lá terei de ganhar o euro milhões ou casar com um homem rico". Esta frase deu para ganhar o dia porque a dentista desatou a rir. Pronto, pensei eu, coitada, ao menos consegui proporcionar-lhe um final de dia de trabalho agradável... Eram já 22h30 e ela já estava a trabalhar há 13h non stop...

Pois bem, posto isto, só me resta deixar aqui uma lista de desejos à minha Fada do Dente, esperando que seja bem generosa:

Oh Minha Querida Fada dos meus Dentes Miseráveis, deixa debaixo da minha fofa almofada...


- um futuro marido com os três oitos (80 anos, 8 dias de vida e 8 milhões na conta bancária);
- um talão do euromilhões com todos os números que irão cair na sexta-feira;
- ou um implante de dentadura completo para substituir para sempre os meus dentes (vais ficar contente quando os arrancar todos!)