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terça-feira, 27 de abril de 2010

Bairro Alto


Até há bem pouco tempo, a imagem que tinha do tão frequentado Bairro Alto era bem negra. Um amontoado de ruas com bares escuros, cheios de gente e com uma música alternativa bastante latejante.

Um amontoado de ruas em que a cada esquina, em cada passeio tinha de fazer uma ginástica descomunal para não pisar o Senhor Gregório que teimava em aparecer à minha frente vindo das entranhas de inúmeras terras desconhecidas.

Este retrato talvez tenha sido desta forma gravado no meu inconsciente, na minha memória, pelas circunstâncias em que me foi apresentado. Ora eu, uma simples rapariga vinda da província para uma cidade pouco conhecida... primeira vez saída com o grupo da faculdade... cenário caótico para baptismo...

Até há uns meses atrás era esta a minha opinião deste bairro lisboeta. Até que um amigo me mostrou o outro lado. Um bairro em cujas ruas amigos convivem despreocupadamente e saltitam de bar em bar à procura do ambiente pretendido.

Este meu amigo, que começa a night com o seu preferido Pontapé (que vim a descobrir mais tarde que o nome desta bebida não acaba no simples Pontapé…) levou-me a passear pelas ruas do Bairro Alto (que continuam a ser um labirinto mesmo depois de várias vezes visitadas) e a conhecer alguns bares bem mais luminosos e com música bem mais interessante.

Conheci o seu preferido, o Palpita-me, onde tocam música de vários géneros e feitios, desde Pearl Jam até a várias versões de um tema da Britney Spears (ambiente mais cómico). Conheci um bar de karaoke onde num ambiente quente, atolado mas sempre bem disposto, todos afinam e desafinam em uníssono os temas das suas bandas favoritas. Passei ainda por um bar de música jazz ao vivo onde já não se toca ao vivo…. Não percebi…

Até entrei num bar bastante agradável, bem decorado e com boa música – O Salto Alto Bar. Este merece um parágrafo à parte. Sim, tem muito bom ambiente, até que começámos a tomar mais atenção aos pormenores deste ambiente… Começámos a reparar nos grupos que lá se encontravam, nas pessoas que entravam e saíam…. Ora pois bem, era um bar GAY! Nunca eu vi tanto enroscanso declarado, ora com uma, ora com outra… mas o melhor, foi ter a oportunidade de presenciar um belo dum linguado entre dois gajos ao vivo! Já tinha visto inocentemente na TV… mas ao VIVO tem outro impacto!

Para terminar da melhor forma a noite de caminhada de bar em bar, nada como um croissant de chocolate acabadinho de sair do forno às três da matina.

Fica aqui a minha admiração por não me ter cruzado com o Senhor Gregório… será que tinha ido de férias? Terá sido detido? Ou retido com um Gurosan?

Por ter mudado a cor do meu retrato do Bairro Alto, deixo uma homenagem ao meu amigo ;P

“Snoopy goes to Bairro Alto”

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